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A alergia à proteína do leite de vaca (APLV) é a alergia alimentar mais comum na infância. A incidência varia de 2 a 6%, com a maior prevalência durante o primeiro ano de vida.  As manifestações clínicas são variadas, dependendo do órgão-alvo, dos mecanismos imunológicos envolvidos e da idade do paciente.

Podem ocorrer manifestações no trato gastrointestinal, nos aparelhos respiratório e cardiovascular ou na pele. O leite de vaca é o alérgeno alimentar mais representativo para o grupo etário pediátrico, não apenas por ser o mais utilizado, como também pelo seu forte potencial alergênico. O mesmo contém mais de 20 componentes protéicos, dotados de diferentes graus de atividade antigênica. Estudos recentes demonstram que a fração beta-lactoglobulina é a que mais frequentemente induz sensibilização e ela é precisamente uma fração ausente no leite humano.

A causa da APLV não é totalmente definida, uma vez que diversos fatores podem contribuir para o seu surgimento, tais como:

  •  Contato com o alérgeno alimentar (o intestino das crianças é imaturo e a ingestão das proteínas do leite pode iniciar um processo de inflamação);
  •  Predisposição genética (cerca de dois terços das crianças com APLV têm casos de alergia em familiares do primeiro grau).
Intolerância ou alergia?

Alergia a proteína do leite de vaca (APLV)  não é o mesmo que intolerância à lactose.

A alergia a proteína do leite de vaca é uma reação do sistema de defesa do organismo às proteínas do leite (ex: caseína, alfa-lactoalbumina, beta-lactoglobulina).

A intolerância é decorrente da dificuldade do organismo em digerir à lactose, açúcar do leite, devido à diminuição ou da ausência de lactase, enzima que a digere.

Digestão de lactose

Sinais e sintomas sugestivos de APLV

As reações alérgicas às proteínas do leite de vaca podem ser dividas em: mediadas por IgE, não mediadas IgE ou mistas.

Veja no quadro abaixo qual é o tipo de reação que seu filho apresenta. Na dúvida, converse com seu médico.

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Tratamento

Alguns medicamentos podem ser prescritos para aliviar os sintomas, principalmente na fase inicial e/ou em caso de ingestão acidental do alimento.

A princípio o  tratamento preconizado é a restrição absoluta do leite de vaca e seus derivados. Geralmente, recomenda-se avaliação e acompanhamento nutricional. O paciente deve estar sempre atento verificando o rótulo dos alimentos industrializados (Dieta).

Quando houver necessidade de utilizar Fórmulas Infantis (FI), as indicadas são: Fórmulas de Aminoácidos, Fórmulas com proteínas extensamente hidrolisadas e fórmulas à base de soja. As fórmulas infantis à base de soja não são as mais recomendadas, uma vez que é comum que crianças com APLV também apresentem reação à soja. As FI à base de proteínas extensamente hidrolisadas são recomendadas para a maioria dos casos de APLV por serem bem toleradas por 90% das crianças.  As FI à base de aminoácidos estão indicadas nos casos em que o uso da FI extensamente hidrolisada não resolveu os sintomas.

Ao longo dos últimos anos alguns conceitos mudaram com relação à alergia a proteína do leite de vaca; a literatura médica tem resgatado a possibilidade de indução de tolerância oral através da dessensibilização.

apvl