LEITE-DE-VACA

A Alergia Alimentar é uma Reação Adversa a determinado alimento. Envolve um mecanismo imunológico e tem apresentação clínica muito variável, com sintomas que podem surgir na pele, no sistema gastrintestinal e respiratório. As reações podem ser leves com simples coceira nos lábios até reações graves que podem comprometer vários órgãos. A Alergia Alimentar resulta de uma resposta exagerada do organismo a determinada substância presente nos alimentos. OVO

Estima-se que as reações alimentares de causas alérgicas verdadeiras acometam 6-8% das crianças com menos de 3 anos de idade e 2-3% dos adultos.  Pacientes com doenças alérgicas apresentam uma maior incidência de Alergia Alimentar sendo encontrada em 38% das crianças com Dermatite Atópica e em 5% das crianças com quadro de asma.   Qualquer alimento pode desencadear reação alérgica. No entanto, leite de vaca, ovo, soja, trigo, peixe e crustáceos são os mais envolvidos.

A Intolerância à Lactose é uma reação alérgica? 

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A intolerância à lactose é uma desordem metabólica onde a ausência da enzima lactase no intestino determina uma incapacidade na digestão de lactose (açúcar do leite) que pode resultar em sintomas intestinais como distensão abdominal e diarréia. Esta intolerância geralmente é dose dependente e o indivíduo pode tolerar pequenos volumes de leite por dia ou se beneficiar dos leites industrializados com baixos teores de lactose. Portanto, a Intolerância à Lactose não é uma Alergia Alimentar apesar de frequentemente confundida pelos familiares e profissionais de saúde.

Torna-se importante esta diferenciação, pois a orientação nutricionalreceitaP é distinta.Enquanto na intolerância à lactose, eventualmente, é possível ingerir pequenas quantidades de leite, na Alergia às proteínas do leite, a alimentação não deve conter leite ou derivados.

Sinais e sintomas

São mais comuns as reações que envolvem a pele, o aparelho gastrintestinal  e o sistema respiratório.

Os sinais e sintomas de alergia alimentar mais comuns incluem:

  •  Formigamento ou coceira na boca;
  •  Urticária, coceira ou eczema;
  •  Inchaço dos lábios, face, língua e garganta ou outras partes do corpo;
  •  Respiração ofegante ou dificuldade para respirar;
  •  Dor abdominal, diarreia, náuseas ou vômitos;
  •  Tonturas, vertigens ou desmaios;
  •  Anafilaxia.
Alergia Alimentar induzida pelo exercício

Exercício físico pode provocar reação anafilática muito raramente. Associação de ingestão de alimento e exercício físico extenuante também tem sido observada.

Diagnóstico

O diagnóstico depende de história clínica minuciosa associada a dados de exame físico que podem ser complementados por testes alérgicos. Na história clínica, é fundamental que o paciente ou seus pais, no caso das crianças, auxilie fornecendo detalhes sobre os alimentos ingeridos rotineiramente ou eventuais. Dentre os exames complementares disponíveis, pode-se lançar mão do teste cutâneo de leitura imediata (Prick test), dosagem da IgE sérica específica para o alimento suspeito e Teste de leitura tardia (Patch Test). Também podem ser úteis a dieta de eliminação do alimento suspeito e o Teste de desencadeamento oral (na qual o alimento suspeito é oferecido ao paciente). Não há nenhum teste padrão para confirmar ou descartar uma alergia alimentar. O especialista deve considerar cada detalhe da história clínica antes de fazer um diagnóstico.

Tratamento

Até o momento, não existe um medicamento específico para prevenir a Alergia Alimentar. Uma vez diagnosticada, são utilizados medicamentos específicos para o tratamento dos sintomas (crise) sendo de extrema importância fornecer orientações ao paciente e familiares para que se evite novos contatos com o alimento desencadeante. A princípio o  tratamento preconizado é a restrição absoluta do alimento responsável pela Alergia Alimentar. Geralmente, recomenda-se avaliação e acompanhamento nutricional. O paciente deve estar sempre atento verificando o rótulo dos alimentos industrializados buscando identificar nomes relacionados ao alimento que lhe desencadeou a alergia. Ao longo dos últimos anos alguns conceitos mudaram com relação à alergia a proteína do leite de vaca; a literatura médica tem resgatado a possibilidade de indução de tolerância oral através da dessensibilização.

O paciente que apresenta reação a determinado alimento poderá um dia voltar a ingeri-lo?  

Aproximadamente 85% das crianças perdem a sensibilidade à maioria dos alimentos (ovos, leite de vaca, trigo e soja) que lhes provoca alergia alimentar entre os 3-5 anos de idade. O teste cutâneo permanece positivo apesar do aparecimento da tolerância ao alimento. A sensibilidade ao amendoim, nozes, peixe e camarão raramente desaparece. Em alguns casos, principalmente nas crianças, a exclusão rigorosa do alimento parece promover a diminuição da alergia. O alimento deve permanecer suspenso por aproximadamente 6 meses. Após este período o médico especialista poderá recomendar uma reintrodução do alimento e observar os sintomas. Se o indivíduo permanecer assintomático e conseguir ingerir o alimento, o mesmo pode ser liberado. Caso ocorra qualquer sintoma, a dieta de eliminação deve ser mantida.